Assepsia
- Paulo Santos
- 1 de jan. de 2024
- 1 min de leitura
Voltei! Eu sempre volto. Nunca sei por quanto tempo ficarei presente ou ausente. Mas, sempre estarei por perto e, perto de mim a poesia me espreitando
Lavou? Tá sujo!
tudo contaminado
A vida tem dessas coisas
o que a gente vive
tinge-nos por dentro
Lavou? Tá sujo!
tudo contaminado
O primeiro beijo que troquei
caiu bem
bem dentro de mim e ali ficou para sempre
Lavou? Tá sujo!
tudo contaminado
O erros que cometi
não se foram com o arrependimentos e perdões
Estão nos meus calcanhares
e me impelem a tropeçar
Em outros erros
nos mesmos erros
em novos erros
Lavou? Tá sujo!
tudo contaminado
Por mais que brilhem as superfícies da minha pele
e os meus olhos
eu arroto frustrações
negações
senões
e tenho mim sertões de solidão
Lavou? Tá sujo!
tudo contaminado
Que bom!
Em mim o viver não combina com assepsia
Publicado originalmente em fevereiro de 2016
Comments