Poesia
- Paulo Santos
- 1 de jan. de 2024
- 1 min de leitura
Todos temos sensibilidade para infinitas coisas. Não é privilégio de um poeta sentir. De alguma forma o privilégio é descrever aquilo que todos nós somos capazes: realizar a nossa humanidade, das mais diferentes formas e percepções.
Eu sou poesia
Você é poesia
Todos somos poesia
Quando o olhar vagueia
Em pensamentos loucos
De arrepiar.
Ao ouvir aquela música caipira
ao amanhecer de domingo
Enquanto o sol
Expulsa a noite
Com luz e calor
Somos
Somos poesia
Olhando aquela pequena traquina
aprontando inocentes travessuras
Nos levando a sorrir
Somos
A poesia que brota
A revelia
Na compreensão tardia
Que nos faz chorar
Que nos rasga dolorido:
o peito
A partir do coração
A partir o coração
Tantos poemas
O poema de amor
O poema de dor
O poema sem flor
O poema de luta
de quem luta
Um poema
O poema encarcerado
na métrica
O poema de fuga
do encarcerado
Que teima em libertar-se
.
Somos
Ainda que a palavra
Não venha certa
para descrever
Toda emoção
na hora.
Agora
A poesia: só ela é a arte
esculpir
compor
dançar
pintar
Sendo arte
É poesia
Se não for poesia não será arte
arte vida
Poesia vida
Poesia arte vivida
Em toda sua extensão
Sendo arte
Sendo poesia
Sendo vida
Nós somos poesia.
Publicado originalmente em 27 de agosto 2014
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